Enxertos Ósseos

Quais são os tipos de enxertos?

Os tipos de enxertos podem ser vários: autógenos, homólogos, heterógenos, aloplásticos ou mistos, sendo que sua utilização seja para previnir que o tecido mole cresça e invada o espaço que irá servir para o implante dentário, mas sobretudo, que sirva de guia para a formação óssea e para a cicatrização.

Os materiais utilizados nestes procedimentos devem atender a duas exigências fundamentais, como serem imunologicamente inativos e fisiologicamente estáveis, para não causar rejeição ou transmissão de doenças.

Enxertos autógenos

Trata-se da colheita do osso autólogo, o que requer um segundo local cirúrgico. A coleta pode ser intra orais ou extra orais, quer dizer, da própria boca ou de outros ossos do corpo.

Intra orais (ramo, mandíbula ou tuberosidade maxilar) são limitados em termo de volume, o que em casos de severas reabsorções podem não ser suficientes.

Extra orais  (crista ilíaca, tíbia, costela, calote craniana, rádio) sua grande vantagem é a quantidade de enxerto e se caracterizam pela simplicidade do procedimento e menor risco ao paciente.

Os enxertos autógenos podem ser retirados sob a forma de blocos, de pequenos fragmentos e misturados a outros materiais para melhor aproveitamento de suas propriedades.

Enxertos homólogos

O osso homólogo é um tecido não vital retirado de um indivíduo e transferido a outro da mesma espécie, ou seja, este tecido apresenta fenótipos iguais, porém, genótipos diferentes. Podem ser coletados de cadáveres ou seres vivos a partir do osso ilíaco, fêmur, vértebras, tíbia, úmero ou costelas.

São geralmente denominados por enxerto liofilizado desmineralizado humano (DFDBA) ou matriz óssea desmineralizada (DBM). Podendo substituir os enxertos autógenos, pois são capazes de reforçar a regeneração óssea pela libertação de fatores osteocondutivos.

Xenoenxertos ou enxertos heterógenos

São os enxertos em que doador e receptor não são da mesma espécie. Ossos bovinos mineralizados (OBM) são utilizados neste procedimento há muito anos e com enorme sucesso, pois produzem uma formação muito semelhante ao osso medular humano, com grau de porosidade que varia entre 75% a 80% o que permite boa capacidade de incorporação ao tecido.

Enxertos Aloplásticos

Estes tem origem sintética. A maior vantagem apresentada é a de ser produzidos industrialmente e estar disponível em qualquer quantidade. Por outro lado, possui baixo potencial de indução osteogênica e pequeno grau de osseocondução.

Estes materiais têm grande potencial no papel de transportadores ou veículos de substâncias bioativas, como proteínas morfogenéticas de osso e plasma rico em plaquetas.

O objetivo do desenvolvimento dos enxertos aloplásticos é alcançar o padrão dos enxertos autógenos, que por serem caracterizados por uma transposição de tecidos no mesmo indivíduo, não requerem processamento para diminuição de sua capacidade antigênica, mantendo em sua totalidade, o seu potencial de indução osteogênica.

Enxertos mistos

Enxertos mistos ou enxertos ósseos mistos, são definidos como uma mistura de osso autógeno com algum tipo de biomaterial seja ele um osso homógeno, um osso heterógeno ou um aloenxerto. Vários trabalhos levam o cirurgião-dentista optar por enxertos autógenos como primeira alternativa na reconstrução óssea em geral e nas cirurgias sinusais em particular. Porém estudos têm demonstrado que os enxertos mistos podem ser uma alternativa satisfatória para os enxertos autógenos, no tratamento posterior da maxila atrófica.

Em relação aos resultados obtidos com a reconstrução óssea do assoalho do seio maxilar, os enxertos mistos utilizando osso humano liofilizado e osso autógeno têm apresentado excelentes resultados.